Estudo Errado - Gabriel Pensador

Música: Estudo Errado - Gabriel Pensador(Compositor)- Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater, Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever, A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo, E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo. Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude,mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi, Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde, Ou quem sabe aumentar minha mesada, Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada. A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada, E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão). Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação, - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil, Em vão, pouco interessantes, eu fico pu.. Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar. Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova, Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova, Decorei toda lição, Não errei nenhuma questão, Não aprendi nada de bom, Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci, Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi. Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci, Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi. Decoreba: esse é o método de ensino, Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino, Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos. Desse jeito até história fica chato, Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo, Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo, Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente, Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente, E sei que o estudo é uma coisa boa, O problema é que sem motivação a gente enjoa, O sistema bota um monte de abobrinha no programa, Mas pra aprender a ser um ingonorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre, Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste: - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita, Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula. Matei a aula porque num dava, Eu não agüentava mais, E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais, Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar, E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente, Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano, Não tenho outra saída, Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida. Discutindo e ensinando os problemas atuais,E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais, Com matérias das quais eles não lembram mais nada, E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada Refrão Encarem as crianças com mais seriedade, Pois na escola é onde formamos nossa personalidade, Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios,Quem devia lucrar só é prejudicado, Assim vocês vão criar uma geração de revoltados, Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio, Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio... Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio! Mas é só a verdade professora! Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CONCEPÇÃO SOBRE A DIMENSÃO ESTRUTURANTE DAS TECNOLOGIAS

Muito se tem pensado e falado em inclusão digital na educação e, ao mencioná-la, se faz necessário pensar em educadores e educandos, pois à produção do conhecimento deve ser coletivizada. O processo de adoção de sistemas informáticos na sociedade articula-se intensamente com todos os sistemas midiáticos de comunicação, na dimensão estruturante da comunicação, sendo assim, ambos educadores e educandos, devem estar imbuídos para fazerem um trabalho, no qual possam se conectar em redes de comunicação e aprendizagens significativas. Segundo Nelson Pretto:

“Os processos pedagógicos tendo uma centralidade instável permitem que os implicados nesses processos atuem de forma diferenciada ao longo de todo o tempo. O centro se desloca, movimenta-se incessantemente, ora sendo ocupado pelo professor, ora pelo aluno, ora por outros envolvidos ou mesmo por um elemento físico. É importante que sejam estabelecidas conexões múltiplas, laterais e não apenas seqüenciais, ou seja, trata-se da presença de relações de sentimentos simultâneos, do espaço sincronizado e do tempo espacializado. Nessa perspectiva, afirma-se o papel do professor centrado permanentemente nas diferenças.”

Desta forma, vemos que a capacitação do professor, é um passo da demanda que se faz presente, entre outras. Faz-se necessário criar condições para que os educadores preparem-se para que ocorra uma transformação em sala de aula, “incorporando as novas formas de ser, de pensar e de agir ", reavaliando suas práticas, para que ele possa ser o construtor de seu percurso de trabalho, não se vendo obrigado a seguir currículos pré elaborados que não condizem com o cotidiano da comunidade em que esta inserido, devem permanecer conectados, mas ao contrário, se encontram desconectados, com escolas sem maquinário, não conseguindo assim mudar a realidade apresentada, desta forma continuarão a ser, ambos, educando e educador, excluídos digitais e a idealização de “se fazer o currículo na escola”, “ao professor caber a “função de ser um negociador permanente das diferenças”, “as escolas serem bem equipadas”, “conectadas”, entre outros, não passam de utopia, porém, esta utopia deve ser revista, urge entender a “tecnologia não apenas como o fazer, mas também como o dizer, o entender, o intencionar o que se faz”, não de forma concluída, completa, encerrada, e sim, aberta para agregar, sempre, novos saberes.

Referência

PRETTO, Nelson De Lucca; PINTO, Cláudio da Costa. Tecnologias e novas educações. Revista Brasileira de Educação. v. 11, n. 31. jan/abr/2006

COMENTÁRIO A PARTIR DAS COLOCAÇÕES SOBRE PROGRAMA DE RÁDIO

Foram apresentadas três explanações diferenciadas:

1ª)“Rádio Escola – Proposta Criativa”e 2ª)“Projeto Escola Interativa - ambas explanaram sobre o roteiro das atividades desenvolvidas, através da edição de programas de rádio. Demonstraram em suas propostas que se pode trabalhar diversos conteúdos e de formas diferenciadas, como, montar um programa de rádio na escola, podendo ter como função informar o cotidiano da própria instituição, novelas, entrevistas, entre outros, assim como também, efeitos sonoros diversificados, valorizando desta forma o conteúdo a ser mostrado.

3ª) O diretor da Rádio Educadora, de forma sintetizada, explicou o princípio de concessão pública para aquisição de uma rádio, que a programação tem por princípio atender a comunidade onde esta inserida e que para as noticias serem divulgadas passam pelo Conselho Editorial. Explicou sobre como é mensurada e se adquiri audiência, direitos autorais, entre outros.

Os três relatos nos forneceram subsídios, para que pudéssemos elaborar nosso próprio programa de rádio no módulo e, assim adquiríssemos conhecimentos para editar o mesmo, no contexto designado pelo livro de Pierre Levy, Cibercultura.

PIERRE, Levy; COSTA, Carlos Irineu, tradução. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. 264 p. (coleção Trans).

LOGOS CONTEMPORÂNEO

As constantes transformações que estão se fazendo presente na cosmovisão contemporânea, segundo Maria Helena Silveira Bonilla, nos conduz a fazer releituras de como se processa a educação, passando do modelo mecanicista, do conhecimento bancário, como coloca Paulo Freire, em seu livro, “Pedagogia do Oprimido”, onde os educandos são tabula rasa, os conhecimentos são assimilados após o depósito de informações, “mantendo assim a divisão entre os que sabem e os que não sabem, entre os oprimidos e os opressores, negando a dialogicidade”, apresentando o conhecimento fragmentado, educandos e educadores possuindo papéis definidos, receptores de informações e reprodutores da informação. Entretanto, segundo Bonilla:

“não basta transformar somente a escola; ela é apenas um dos vários contextos com os quais interagimos. Deve-se buscar a produção da existência humana em todos os contextos históricos, numa perspectiva ecosófica (ético-política), ou seja, desenvolver práticas específicas que tendam a modificar e a reinventar maneiras de ser nos mais diversos contextos em que interagimos – família, escola, trabalho, entre outros.”

E para tanto coloca que dentro deste conjunto, estão inseridas as tecnologias da informação e da comunicação, que não utilizam mais modelos pré estabelecidos, pois não atendem ao momento histórico em que vivemos, não há como armazenar os conhecimentos, para Marques:

“a educação como interlocução de saberes sempre em reconstrução, ou seja, para que haja educação é fundamental que aconteça um diálogo de saberes. Não a troca de informações de forma acrítica, e sim uma busca de entendimento compartilhado entre os que participam de uma mesma comunidade lingüística, de forma que todos participem do processo de reconstrução dos saberes prévios de cada um, e que resulte em novos saberes, saberes outros. Visto dessa forma, o processo educativo está vinculado à interação entre indivíduos que se fazem homens singulares nesse processo interativo.”

Há de se formar uma “rede” entre os novos saberes e os saberes outros, pois o conhecimento não é algo que pode ser dado como finito, acabado, sendo assim, sugere que conectados tecnologicamente poderemos dar continuidade a “teia” que se forma através desta perspectiva, sejam eles, sociais, políticos, culturais ou educacionais.

Referência

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdades e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In:PRETTO, Nelson De Lucca, Tecnologias e novas educações. Salvador:EDUFBA, 2005. P. 70-81.

DISCUTINDO DOCÊNCIA ONLINE

Ana Maria Hesse e Edméa Santos dissertaram sobre suas pesquisas científicas, focando como se processa a docência online e, quais os caminhos que podem ser utilizados para efetivação desta formação: redes, web 2.0, transdisciplinariedade, interfaces interativas, hipertextualidade, entre outros.

Acrescento a este tópico que frente à atual demanda de formação, se faz necessário procurar novas formas de soluções para ampliar o quadro de ofertas de cursos online, pois não há quantidades suficientes de profissionais qualificados para atendê-los, assim como, o baixo poder aquisitivo da população, nos coloca como solução o meio de aprendizado online.

As Universidades tanto no plano das infra-estruturas materiais, como nos custos do funcionamento, apresentam menos custos na educação online, em detrimento da presencial e também devido há “uma necessidade crescente de diversificação e de personalização” (LEVY, 1999. p. 169).

Referência

PIERRE, Levy; COSTA, Carlos Irineu, tradução. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. 264 p. (coleção Trans).

CIBERCULTURA

A sociedade muda e, a partir deste prisma vemos os segmentos ligados a ela acompanharem esta evolução, pois o que era dado como verdade, que Deus fez o mundo e tudo que era pensado e realizado propagava esta idelologia na cosmovisão medieval, com o passar do tempo, através da evolução cientifica, esta ideologia cai por terra, dando lugar a cosmovisão moderna. Ilustrando esta perspectiva podemos usar a metáfora do relógio, partindo do princípio que o mesmo possui varias engrenagens que devem funcionar bem, para que sua estrutura como um todo também funcione da mesma forma, correlacionando-o com o homem, que estruturado na sua complexidade, onde as partes se relacionam entre si, na forma de uma teia, também devem funcionar bem.

Este pensamento mecanicista que é dado pela fragmentação, do período FordianoXHolisitco, influência a ciência e parte na educação como um divisor, transformando os conhecimentos em disciplinas estanques, não pode ser propagado, pois a ciência evolui a cada dia e com ela as informações se renovam, fazendo com que adquiríramos novos saberes,.

A sociedade comunga hoje de um novo paradigma na contemporaneidade, o avanço tecnológico muda a roupagem desta cosmovisão medieval, os conhecimentos são aprimorados, estudados por filósofos da informação, como Pierre Levy, que estuda as interações entre a tecnologia e a sociedade. Surgem novas nomenclaturas para denominar termos utilizados nesta era digitalizada. Termos estes, que condizem com esta realidade que nos é apresentada, configurando a aquisição de conhecimentos que cada vez mais temos de adquirir, para acompanhar este desenvolvimento no mundo globalizado:

Cibercultura de acordo com wilkipedia é a cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais. Ela é o que se vive hoje home banking, cartões inteligentes, voto eletrônico, pages, palms, imposto de renda via rede, inscrições na internet, etc, provam que a cibercultura esta presente na vida cotidiana de cada indivíduo.

Hipertexto que remete a um texto digital, que agrega outros conjuntos de informação ao texto principal.

Interatividade quase sempre associada às novas mídias de comunicação, configura-se nesta colocação como “medida” do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma de comunicação mediada.

Analógico e digital pode ser exemplificado, para que seja de maior entendimento, através de uma intersecção da luz. Um interruptor digital é uma intersecção normal, no qual só existem duas opções acesso ou apagado. Uma intersecção analógica é o resultado no qual se põem várias luzes intensas que vai de tudo apagado a tudo acesso, passando por todas as demais opções intermediárias.

Virtual de acordo com Pierre Levy “

“o virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a actualização. (1996, p. 16)

Apesar de haver outras palavras significativas que nos ilustram este direcionamento dado pelas tecnologias digitais como: interfaces, ciberespaço, rede, link, entre outros, fecho esta explanação com inteligência coletiva que é disseminada na concepção de Pierre Levy através de uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada: “ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo saber esta na humandidade.”

Referência

PIERRE, Levy; COSTA, Carlos Irineu, tradução. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. 264 p. (coleção Trans).




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